“É sempre bom ser reconhecido num desporto que adoro”

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World Crazy Golf Championships - Nuno Cunha

Jogador do Vizelgolfe e a viver agora no Reino Unido, Nuno Cunha é já um nome conhecido entre todos os praticantes de minigolfe em Inglaterra. Jogador regular do World Crazy Golf Championships, tem como objetivo para o futuro conseguir vencer esta prova.

A edição de 2016 do World Crazy Golf Championships (WCGC) realizou-se no passado fim de semana, 11 e 12 de junho, em Inglaterra. O torneio contou com a participação do atleta português Nuno Cunha, que num passado recente conseguiu alcançar a segunda posição. Apontado com um dos favorito a vencer a prova, Nuno Cunha conseguiu terminar no top 18. O vencedor acabou por ser Michael Smith, que conquistou o título pela 4ª vez, levando para casa o troféu de campeão e um prémio de £1000 (aproximadamente 1200€).

Atletas do World Crazy Golf Championships 2016

Participantes do World Crazy Golf Championships 2016. ©British Minigolf Association

Apesar de já não estar em Portugal, Nuno Cunha, não deixou o seu ‘vício’ por minigolfe e aceitou falar connosco, contando-nos um pouco da sua aventura pelo Reino Unido.

Sabemos que é já um jogador regular desta prova (World Crazy Golf Championships). O que o levou a participar pela primeira vez? Ainda se lembra em que ano foi?
A primeira vez que participei no WCGC foi em 2013, totalizando 4 participações até ao momento. O que me levou a participar nesta competição pela primeira vez, foi o facto de ter vindo trabalhar e morar para o Reino Unido. Em 2012 eu e, a agora, minha esposa chegamos a conclusão que Portugal não nos estava a oferecer as oportunidades profissionais desejadas, pelo que decidimos ‘abandonar’ temporariamente o país que nos viu nascer, e apostar no carreira profissional em Inglaterra, onde o mercado de trabalho respira mais saúde. Sendo eu um ‘viciado’ em minigolfe, uma das primeiras coisas que fiz quando cheguei foi ‘googlar‘ o que havia de minigolfe no Reino Unido, tendo encontrado o site da Federação Britânica de Minigolfe (BMGA – British Minigolf Association). Por mero acaso, um dos seus torneios anuais iria acontecer 2 semanas após a minha pesquisa, a umas escassas 15 milhas (cerca de 25km) do local onde moro. Decidi então aparecer para dizer ‘Hello’ à malta, pelo que desde esse dia tenho participado em quase todas as provas que aqui são realizadas, sendo o WCGC apenas uma delas.

World Crazy Golf Championships 2016 - Nuno Cunha

Nuno Cunha à direita no WCGC. ©British Minigolf Association

É considerado um dos melhores jogadores em prova, e este ano era apontado com um dos favoritos na ‘luta’ com Michael Smith. É bom ser reconhecido em Inglaterra? O que pensa deste atleta (Michael Smith) que acabou de conquistar o seu 4º título nesta prova?
É sempre bom ser reconhecido num desporto que adoro, ainda para mais num país diferente daquele onde me iniciei a competir neste desporto. Tendo em consideração que obtive o 2º lugar nesta prova em 2014, penso que desde aí que passei a ser considerado um dos favoritos a vitória final, o que no entanto acaba por aumentar as responsabilidades de defender a bandeira de Portugal da melhor maneira. Tendo obtido um lugar no top 10 nas primeiras 3 edições em que participei, foi normal para mim ser considerado um dos favoritos na luta com o Michael Smith. O Michael é o número 1 do ranking do Reino Unido há já 4 anos consecutivos, o que por si só diz tudo sobre a qualidade deste atleta. Falando um pouco de estatística, nas ultimas 27 provas em que o Michael participou, apenas em uma delas não ficou posicionada nos primeiros 2 lugares da classificação. Isso aconteceu precisamente em 2014, quando que fiquei classificado em 2º lugar no World Crazy Golf Championships (WCGC), prova que acabou por ser ganha por um outro atleta do mesmo clube que o Michael Smith. Um jogador fantástico que consegue abstrair-se da pressão da competição, e fazer apenas o seu jogo.

World Crazy Golf Championships 2016 - Michael Smith

Michael Smith vencedor do World Crazy Golf Championships por quatro vezes. ©British Minigolf Association

Ganhar este troféu é uma ambição que tem para a sua carreira no minigolfe? O que o motiva para participar numa prova desta vertente de minigolfe?
Sim, alcançar a vitoria nesta prova é um dos meus objectivos para o futuro. Este ano não correu muito bem, mas para o ano voltarei ainda com mais vontade de ganhar. A motivação para participar nesta prova, para além dos valores monetários envolvidos, é poder desfrutar de um desporto que pratico há 19 anos, e da convivência que o mesmo trás, o que serve para de certa forma aliviar as pressões do trabalho semanal.

Estamos habituados, em Portugal, a ver os jogadores com bolas diferentes para cada uma das pistas e obstáculos. Sendo esta uma prova em que todos os atletas são ‘obrigados’ a jogar com a mesma bola, considera ser uma vantagem ou uma desvantagem? E em que medida influencia a classificação final?
Esta questão da ‘vantagem’ ou ‘desvantagem’ que trás jogar apenas com uma bola depende do jogador a quem se faz a pergunta. Estando habituado a jogar competições com diversas bolas, penso que jogar apenas com uma bola serve para de certa forma encurtar as diferenças entre os melhores e os piores atletas. Como devem saber, um bom jogador de minigolfe não se mede apenas pela capacidade de acertar na direcção e na forca com que se da uma tacada, mas sim também na capacidade de escolher a bola com as melhores características para cada obstáculo especifico. Apesar de preferir torneios em que se pode jogar com diferentes bolas, também gosto do formato deste torneio, pois põe toda a gente em pé de igualdade em termos de quantidade de material disponível. No entanto, detesto as regras da última volta desta prova, em que as regras mudam e tornam o minigolfe mais parecido com bilhar. Com isto quero dizer que num grupo de 3 atletas, todas as bolas estão em jogo, e dependendo de onde as mesmas param na pista, podem tornar-se um obstáculo extra, pois as mesmas não podem ser mexidas ate a bola ser colocada no buraco.

Vê grandes diferenças entre a organização das provas a nível nacional e a organização do World Crazy Golf Championships? É da opinião que os torneios com prémio monetário atraem mais atletas para a competição?
Penso que o minigolfe no Reino Unido ainda não atingiu o patamar do resto da Europa, visto cá ainda não existir pistas de ‘miniaturegolfe’, ‘petergolfe’ ou até do conhecido ‘swedish felt’. Aqui só há pistas de MOS (Minigolf Open Standard) o que de certa forma coloca os atletas daqui em desvantagem quando participam em provas internacionais, onde as mesmas são maioritariamente praticadas nestas vertentes de minigolfe que ainda não chegaram cá.

Sim, sem dúvida que ter prémios monetários é um incentivo extra a participar neste tipo de provas.

Para terminar, qual vai ser o próximo torneio onde o poderemos acompanhar?
A proxima prova em que irei estar presente é o ‘Cambridgeshire & Essex Open 2016′ que irá acontecer no dia 16 de julho deste ano. Podem acompanhar mais detalhes desta e de outras provas em https://www.minigolf.org.uk/joomla/index.php.

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