“A escola e os alunos só ficariam a ganhar com Minigolfe” – Pedro Lagarto

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Pedro Lagarto Desporto Escolar
Victor Condeço (Presidente do Clube Minigolfe da Costa Nova) e Pedro Lagarto (Professor responsável pela ação de formação)

No seguimento da ação de formação credenciada de Minigolfe para professores, estivemos à conversa com o professor Pedro Lagarto responsável por esta iniciativa.

Como surgiu a ideia de organizar uma formação credenciada de Minigolfe para os Professores? É algo que já era pensado no passado?
A ideia de organizar uma ação de formação de Minigolfe foi decidida pelo envolvimento e interesse dos professores em participar em atividades de desporto escolar e terem a necessidade de aumentar os conhecimentos da modalidade.

Assim, através do responsável do Minigolfe da Costa Nova, Victor Condeço, e em conversa sugeri avançar com uma formação creditada para professores com base em dois critérios essenciais:

1. A abordagem de novos conteúdos, e a procura sistemática e frequente de formação em unidade didática que não foram contempladas na formação inicial e que potencialmente poderão constituir uma mais valia no dia-a-dia, de um processo de ensino-aprendizagem muitas vezes desgastado pela repetição sistemática de conteúdos;
2. Por outro lado a necessidade de formação na área técnica da modalidade.

Foi com agrado que ao longo das atividades e dos torneios de Desporto Escolar, deparei com um grupo de professores interessados em realizar esta ação e que pretendem já que se realize com o nível mais avançado.

Em que medida pode o Minigolfe contribuir para um ambiente escolar positivo? Quais considera serem os principais benefícios?
A prática do Minigolfe é importante pois beneficia a concentração, raciocínio e coordenação motora. Quando o aluno executa a tacada tem que realizar um trabalho de flexibilidade, coordenação global de todo o corpo, executar o planeamento da ação motora, assim como, realizar uma coordenação oculo-manual, mantendo o movimento em equilíbrio.

Na prática de Minigolfe é desenvolvida a atenção/concentração assim como noções de estratégia de jogo. Sendo uma modalidade para todos e para todas as idades. Ótima para alunos hiperativos e com défice de atenção e concentração por exemplo.

Quando neste momento a escola pretende desenvolver uma ESCOLA mais aberta à comunidade, com novos conceitos e novas estratégias de ensino sejam as mais diversificadas possíveis e se sai da “caixa” e da sala de aula o Minigolfe poderá ser um mote para tal…. Basta querer!

Aliás poderei dar como exemplo a o Projeto de Minigolfe para Cegos – Realizado e dinamizado na Escola Secundária José Estevão, em parceria com o Clube de Minigolfe da Costa Nova.

O Minigolfe, quando praticado, a meu ver, de forma regular, estimula desenvolvimento dos alunos, nomeadamente ao nível da sua coordenação, concentração, atenção e, inclusivamente, da sua capacidade de tomada de decisão (o que fazer perante cada pista, perante cada “conjunto de obstáculos” que cada pista poderá apresentar, perante a diversidade de pistas que o Minigolfe apresenta e que o enriquece enquanto modalidade), e, o impacto do desenvolvimento destas capacidades no seu processo de aprendizagem escolar (é sabido que uma das variáveis que permite ao aluno ter sucesso prende-se com a sua capacidade de concentração e de atenção);

Como tem sido a adesão por parte dos professores a esta nova atividade?
A adesão tem sido muito boa, os professores, procuraram desenvolver e interagir entre todos um bom ambiente nas formações, em que o espírito de convívio, de camaradagem e de respeito mútuo pelas opiniões de todos, realçaram os valores de cooperação, de entreajuda e de solidariedade.

Entretanto os professores já solicitam um nível avançado para poder participar e melhorar as suas competências.

Está pensada alguma novidade para o novo ano letivo? O que considera que poderia ser melhorado na integração do Minigolfe nas escolas?
O Minigolfe é uma modalidade ideal pois possibilita que tenhamos a oportunidade de “projetar” novos pequenos projetos para o próximo ano letivo, situação que para mim seria impensável, pois tinha sempre associado a ideia que para praticar a modalidade só seria possível se a Escola tivesse pistas de Minigolfe.

Apesar de esse ser o objetivo final foi demostrado em ações de formação, que é possível iniciar-se a modalidade sem praticamente nenhum material e sem espaço específico. Uma mais-valia!

Para terminar, e na sua opinião, outras escolas deveriam implementar o Minigolfe no seu recinto escolar, como atividade extra para os alunos, e até mesmo na integração com certas disciplinas?
O Minigolfe como tem uma importância de criar novos espaços de aprendizagem significativas em ambiente escolar e da comunidade, faz todo o sentido promover a realização de um projeto interdisciplinar em contexto escolar no qual o foco de trabalho se baseie na modalidade do Minigolfe.

Por conseguinte, o projeto poderia ser idealizado no contexto da Autonomia e Flexibilidade Curricular, através da consecução de um DAC – Domínio de Autonomia Curricular – com a participação, por exemplo, das disciplinas de Português – elaboração de um panfleto contextualizando a modalidade de Minigolfe e onde se destacaria a celebração do Dia Internacional do Minigolfe; Educação Visual – idealização de um conjunto de pistas em suporte papel; Ciências Naturais – pesquisa de materiais a utilizar na construção das pistas, tendo em consideração os 3 Rs (Reduzir, Reutilizar e Reciclar); Educação Física – construção das pistas e experimentação das mesmas; PAFD (disciplina inserida no Curso profissional TAGD) – criação de um torneio (com as pistas elaboradas) e concretização prática do mesmo na Semana do Desporto, sendo esta atividade aberta a toda a comunidade escolar, inclusivamente, aos alunos com necessidades educativas especiais.

As práticas educativas atuais são bastante mais abrangentes, apontando para um trabalho colaborativo; os Projetos Educativos e os Planos Anuais de Atividades nas escolas pretendem alcançar objetivos tais como o saber estar, saber ser, saber fazer.

A inclusão, o combate à indisciplina e abandono escolar, uma maior abertura da escola à comunidade e maior participação dos pais na vida escolar dos seus filhos, são elementos estruturantes dos Projetos Educativos de muitas escolas.

A escola e os alunos só ficariam a ganhar!

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